sexta-feira, 28 de novembro de 2014

LAÇOS, NÓS E DESENLACES




Laços, Nós e Desenlaces.


Observando esse tema tão atual e até comum nos últimos tempos e no nosso dia a dia; Como poderíamos analisar ou comentar a respeito dessas sucessões de atos e atitudes?


Podemos pensar que são sequencias de ações do movimento interno humano, de emoções e sentimentos, resultado das consequências de nossos relacionamentos afetivos pessoais e sociais durante nossa vida.


Relacionar-se aqui, nessa observação analítica, não significa apenas que falamos de sentimento homem mulher, gênero masculino feminino, relacionamento homo ou hetero, mas, um relacionar-se na vida e com a vida.


Tudo isso vem de nossa historia de vida, desde nosso primeiro relacionar-se que é na barriga de nossa mãe, como chegamos nesse mundo, e, como fomos amados, amamentados, queridos ou até rejeitados, e etc. Todos esses fatores formaram nossa primeira relação com o mundo e que nos formou para a vida, e, a partir desse relacionar-se criamos os Laços, Nós e Desenlaces que nada mais são as escolhas que fazemos quando nos tornamos adulto como resultado de vida e de experiências vividas.

Relacionar-se tem a ver com a nossa historia de família, com as nossas  escolhas sociais, a nossa profissão ou trabalho, nossas amizades ou nosso circulo social. Somos seres gregários e não ermitão, e estamos o tempo todos nos envolvimentos e nos relacionamentos nessa vida, que podem vir de experiências sofridas, doloridas, alegres, felizes, mas, que na realidade, precisamos descobrir dentro de nós como fazer para atarmos ou desatarmos esses laços ou nós.


Curiosamente fazendo uma referencia ou uma analogia ao oráculo cigano, a lamina 25 é a representação de uma jóia, uma aliança ou um anel, ou seja, simbolicamente um elo! Mas, como usamos esse elo? Que significa isso? É apenas para nós ou para a sociedade? É um status ou um estigma? Um limitador, ou um distanciador? Ou apenas uma imagem que queremos passar?


Pode significar: estou Noivo! Comprometido! Casado! Afaste-se! Ou, um status social virtual “em um relacionamento sério” que serve como enfeite? Ou satisfação,  uma moldura que, na realidade, a pessoa não vive verdadeiramente sob esse preceito social. Um anel também pode  simbolizar um elo religioso ou filosófico, dizendo para sociedade sou desse clã, dessa tribo, ou mais ligado a religiosidade ou crença.


Portanto, a imagem do anel de enlaçar ou deixar enlaçar-se existe vários significados e comprometimentos de ambas as partes, que vão de juramentos de amor, pactos com outros a compromissos assumidos.


Uma aliança é também um elo, é um contrato social ou empresarial, onde se negocia as atribuições de cada um das partes e de que forma aquela aliança será conduzida.


No sentido pessoal sentimental precisamos observar que devemos ter uma boa relação primeiro com nós mesmos para, a partir daí podermos nos relacionar com outro. Aprender a não imaginar ou sonhar e projetar o que outro precisa ser para nós, ou que o outro seja uma projeção de nosso ideal, porque o outro é e sempre será o outro mesmo, com todos os defeitos, qualidades, virtudes e personalidade, e, nunca aquilo que projetamos, idealizamos ou queremos que ela/ele seja. Da mesma forma que jamais seremos o ideal do outro como uma projeção. Seremos e teremos que ser sempre nós mesmos, mesmo que inúmeras vezes tentarmos ser o que o outro quer, no final estamos apenas fazendo “um papel” e não sendo nosso eu verdadeiro nossa verdadeira essência. Por isso que as relações, alianças e compromissos se dissolvem não se firmam porque projetamos no outro aquilo que queremos e não vemos no outro aquilo que ele/ela é verdadeiramente.


Finalizando; o verdadeiro relacionar-se, enlaçar-se ou envolver-se na realidade e fundir-se e doar-se, é entregar-se sim ao outro, mas, sem perder nossa identidade principal sem perder nosso conteúdo o nosso verdadeiro EU. 
Ismenia Woyame psicoterapeuta.