Laços,
Nós e Desenlaces.
Observando
esse tema tão atual e até comum nos últimos tempos e no nosso dia a dia; Como
poderíamos analisar ou comentar a respeito dessas sucessões de atos e atitudes?
Podemos
pensar que são sequencias de ações do movimento interno humano, de emoções e
sentimentos, resultado das consequências de nossos relacionamentos afetivos
pessoais e sociais durante nossa vida.
Relacionar-se
aqui, nessa observação analítica, não significa apenas que falamos de
sentimento homem mulher, gênero masculino feminino, relacionamento homo ou
hetero, mas, um relacionar-se na vida e com a vida.
Tudo
isso vem de nossa historia de vida, desde nosso primeiro relacionar-se que é na
barriga de nossa mãe, como chegamos nesse mundo, e, como fomos amados, amamentados,
queridos ou até rejeitados, e etc. Todos esses fatores formaram nossa primeira
relação com o mundo e que nos formou para a vida, e, a partir desse
relacionar-se criamos os Laços, Nós e Desenlaces que nada mais
são as escolhas que fazemos quando nos tornamos adulto como resultado de vida e
de experiências vividas.
Relacionar-se
tem a ver com a nossa historia de família, com as nossas escolhas sociais, a nossa profissão ou
trabalho, nossas amizades ou nosso circulo social. Somos seres gregários e não
ermitão, e estamos o tempo todos nos envolvimentos e nos relacionamentos nessa
vida, que podem vir de experiências sofridas, doloridas, alegres, felizes, mas,
que na realidade, precisamos descobrir dentro de nós como fazer para atarmos ou
desatarmos esses laços ou nós.
Curiosamente
fazendo uma referencia ou uma analogia ao oráculo cigano, a lamina 25 é a representação
de uma jóia, uma aliança ou um anel, ou seja, simbolicamente um elo! Mas, como usamos esse elo? Que
significa isso? É apenas para nós ou para a sociedade? É um status ou um
estigma? Um limitador, ou um distanciador? Ou apenas uma imagem que queremos
passar?
Pode
significar: estou Noivo! Comprometido! Casado! Afaste-se! Ou, um status social
virtual “em um relacionamento sério” que serve como enfeite? Ou
satisfação, uma moldura que, na
realidade, a pessoa não vive verdadeiramente sob esse preceito social. Um anel
também pode simbolizar um elo religioso
ou filosófico, dizendo para sociedade sou desse clã, dessa tribo, ou mais
ligado a religiosidade ou crença.
Portanto,
a imagem do anel de enlaçar ou deixar enlaçar-se existe vários significados e
comprometimentos de ambas as partes, que vão de juramentos de amor, pactos com
outros a compromissos assumidos.
Uma
aliança é também um elo, é um contrato social ou empresarial, onde se negocia
as atribuições de cada um das partes e de que forma aquela aliança será
conduzida.
No sentido pessoal sentimental precisamos observar
que devemos ter uma boa relação primeiro com nós mesmos para, a partir daí
podermos nos relacionar com outro. Aprender a não imaginar ou sonhar e projetar
o que outro precisa ser para nós, ou que o outro seja uma projeção de nosso
ideal, porque o outro é e sempre será o outro mesmo, com todos os defeitos,
qualidades, virtudes e personalidade, e, nunca aquilo que projetamos,
idealizamos ou queremos que ela/ele seja. Da mesma forma que jamais seremos o
ideal do outro como uma projeção. Seremos e teremos que ser sempre nós mesmos,
mesmo que inúmeras vezes tentarmos ser o que o outro quer, no final estamos
apenas fazendo “um papel” e não sendo nosso eu verdadeiro nossa verdadeira
essência. Por isso que as relações, alianças e compromissos se dissolvem não se
firmam porque projetamos no outro aquilo que queremos e não vemos no outro
aquilo que ele/ela é verdadeiramente.
Finalizando; o verdadeiro relacionar-se, enlaçar-se
ou envolver-se na realidade e fundir-se e doar-se, é entregar-se sim ao outro, mas, sem perder nossa identidade
principal sem perder nosso conteúdo o nosso verdadeiro EU.
Ismenia Woyame psicoterapeuta.